terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Tableless e Webstandards - O que são e por que ter em seu site.

Muito tem se falado nesses dois termos quando o assunto é desenvolvimento de web, porém, seu real significado pode parecer um pouco nebuloso para quem não é um profissional ligado à área ou é recém-chegado ao mercado. Este artigo tem como objetivo explicar de forma simples e clara o que são esses termos e porque é imprescindível que o desenvolvimento de um site seja feito utilizando Tableless e Webstandards.


Os chamados Webstandards (Padrões Web) são uma espécie de “guia de boas maneiras” para os desenvolvedores de sites determinados pela empresa norte-americana W3C (World Wide Web Consortium). São regras para o uso do código html (a linguagem universal do desenvolvimento de sites) que tornam sua visualização e navegação acessíveis a todo tipo de usuário, independente do navegador (ou mesmo interface) que ele utiliza. Numa época em que os navegadores alternativos ao Internet Explorer (como o Firefox, Google Chrome e Safari, o navegador dos computadores da Apple) atraem cada vez mais usuários, e cada vez mais o público pode acessar sites utilizando outros aparelhos além de computadores, é de extrema importância que um site seja programado de forma correta e bem estruturada para ficar ao alcance dos usuários sem desrespeitar suas preferências. Como forma alternativa ao termo Webstandards também é comum encontrar o uso do termo Tableless (literalmente, sem tabelas) para se referir a sites semanticamente bem estruturados, porém, este termo pode transmitir a idéia errada de que para construir um site inteligente e com tags corretas, basta eliminar as tabelas.


Além de servir como um guia para a construção de sites totalmente acessíveis, os Webstandards são de grande utilidade para a SEO (Search Engine Optimization – Otimização para Mecanismos de Busca) e para deixar um site com melhor posição no ranking de resultados exibidos pelos buscadores. Um site bem estruturado, feito com tags corretas e com conteúdo devidamente formatado é mais fácil de ser lido pelos robôs de busca do que um site com códigos desordenados e conteúdo pouco atraente. Portanto, seguir os Webstandards além de permitir a construção de sites totalmente acessíveis é um item obrigatório para quem busca visibilidade diante dos principais buscadores do mercado (Yahoo, Google, MSN Search, etc).

O Usuário sempre tem razão

Desde seus primórdios a web foi idealizada para ser um meio de comunicação de mão dupla, onde receber e fornecer conteúdo deveria ocorrer com a mesma facilidade. Tal fato fez da web o meio de comunicação mais diretamente influenciado pelo seu público, que, diferente do que ocorre com a TV ou o rádio, não é passivo diante da informação recebida e pode disseminá-la ou contestá-la na mesma velocidade em que a recebe. O usuário da web é a peça chave da rede e o sucesso ou fracasso de um site depende, principalmente, da reação do público a ele. Se o público gostar do conteúdo e tiver uma boa experiência enquanto navega no site, ele não só retornará ao endereço visitado como também passará seu conteúdo adiante, seja para amigos e colegas de trabalho ou mesmo reproduzindo o conteúdo em seu próprio endereço, aumentando as chances do site pesquisado ser bem sucedido. Porém, se por outro lado a experiência do usuário for desagradável ou ele não encontrar o que deseja na página, o “ciclo” da informação na web acaba encerrando nele, e se o mesmo acontecer com tantos outros visitantes, o site estará fadado ao fracasso. Logo, pode-se concluir que o sucesso de um site depende diretamente de seus usuários, e projetar um site de sucesso é criar um site que dê aos futuros e potenciais usuários exatamente aquilo que ele deseja.


Um dos maiores erros que clientes e desenvolvedores costumam cometer na hora de desenvolver um site é basear seu design ou conteúdo unicamente em “achismos” e gostos pessoais, ignorando a possível reação de seus usuários ao que será exibido em sua tela. Tal erro, além de gerar atritos desnecessários entre as duas partes, acaba por distanciá-las do objetivo final do site e criar tentativas infundadas de imposição de opinião, dividindo profissionais que jamais deveriam deixar de trabalhar juntos e com um mesmo objetivo.


A maneira mais simples de construir um site bem sucedido é pensar exatamente no público-alvo. Primeiro, é necessário encontrá-lo, ou seja, definir o grupo de pessoas com características comuns que deverá representar a maioria do número de acessos. Segundo, é preciso caracterizar esse público. Quem ele é? Qual sua faixa etária? Qual sua condição social? Qual seu nível de estudo? Quanto tempo ele gasta diariamente na internet? Quanto tempo disponível ele tem para acessar um site? De onde ele geralmente acessa a internet? Quais os sites que ele normalmente acessa? O que ele esperaria de seu site ao entrar nele? Será que essa navegação é a mais adequada considerando que a maioria dos usuários do perfil acessa o site de cyber-cafés? Será que o público-alvo se sentirá à vontade com essas cores? Estes são apenas alguns exemplos de questões que podem ser de extrema utilidade para a identificação das preferências dos usuários e conseqüentemente da elaboração da estrutura, navegação, design e distribuição do conteúdo do site. Cabe aos parceiros do desenvolvimento levantar todos os dados que são fundamentais para determinar quem usará aquele site e como fazer para atingir suas expectativas e tornar sua experiência agradável.


Para o desenvolvimento de um bom site, é fundamental que desenvolvedores e clientes pensem na reação dos usuários. Tal fato não só torna esses dois profissionais unidos e com um mesmo objetivo, como também coloca em primeiro plano aqueles que são responsáveis diretos pela avaliação final do projeto.

Quando a Web elege um presidente...

Dia 21 de janeiro de 2009 ficará marcado na História não apenas pela posse de Barack Obama, político americano de características bem singulares, mas também por representar a consolidação da web como dos principais meios de comunicação da atualidade e com potencial sem precedentes de gerar conteúdo espontâneo e exercer influência em escala global. Eleitores norte-americanos e usuários da web do mundo inteiro puderam acompanhar de perto a estratégia de marketing do candidato democrata, que soube aproveitar a agilidade, interatividade e velocidade com a qual as informações se propagam na web para reverter sua desvantagem inicial em relação à também democrata Hillary Clinton nas eleições partidárias e posteriormente vencer o candidato republicano John McCain, que contava com o apoio do atual governo Bush, com cerca de 56% dos votos.


Contando com uma verdadeira onipresença na web, Barack Obama soube utilizar com maestria seu site oficial, as redes sociais, o web marketing e até mesmo um suposto marketing viral para conquistar eleitores e conseguir os mais de 600 milhões de dólares arrecadados durante sua campanha. Seu profile no MySpace chegou a 833.161 apoiadores (contra 217.811 do rival McCain) e seu Twitter, atualizado várias vezes por dia, trazia informações detalhadas sobre cada passo do presidente e de sua campanha. Até mesmo um marketing viral não oficial, o vídeo I Got a Crush on Obama, onde uma adolescente em trajes de banho dubla uma música declarando apoio ao candidato, conseguiu o recorde de mais de mil visitas em 5 horas desde sua postagem no YouTube.


Obama também foi um candidato sagaz ao fazer parcerias com as mais influentes empresas ligadas à web. Em outubro desse ano, com menos de um mês para as eleições, o presidente lançou em parceria com a Apple um aplicativo para iPhone que enviava feedbacks aos seus eleitores. O aplicativo ainda rastreava a agenda do usuário em busca de contatos vindos de estados onde o candidato levava desvantagem em relação a John McCain e enviava-lhes mensagens pedindo apoio, numa ação ágil para conseguir a vantagem sobre o republicano no maior número de estados. O democrata também se cercou de executivos influentes do meio, sendo o principal deles Eric Schmidt, CEO do Google, que foi consultor de sua campanha nas áreas de tecnologia e preservação ambiental. Inclusive a parceria entre ambos levantou rumores de que Obama teria convidado Schmidt para o posto de Ministro da Tecnologia de seu governo, mas este teria recusado a proposta.


Mesmo após sua eleição, Obama promete não deixar a web de lado em seu governo. No dia 5 de novembro de 2008 entrou no ar o www.change.gov, uma espécie de portal da gestão Obama onde os norte-americanos poderão fazer críticas e enviar sugestões ao governo, permitindo-lhes assim ter maior influência sobre as ações do presidente.  Além do portal, o presidente contará com uma equipe de 4 blogueiros do The New York Post que cobrirão eventos diretamente da Casa Branca, estreitando a relação do presidente com o povo americano. A prova definitiva de que Barack Obama é um político inteirado foi sua primeira exigência antes de mudar-se com a família para a Casa Branca: um notebook em cima da mesa de seu escritório.


Investindo massivamente na internet e nos sites e redes sociais mais populares entre os americanos, Obama conseguiu um estreito laço com seus eleitores, criando uma verdadeira movimentação em prol da sua campanha e atraindo número recorde de jovens eleitores para as urnas norte-americanas. A vitória de Obama não representa apenas a vitória de um presidente que luta por mudanças, mas também, a consolidação da influência global que a internet é capaz de exercer.

Flash – use com moderação

Não há como negar a importância do Adobe Flash para o desenvolvimento e principalmente para o enriquecimento da web. Com uma possibilidade infinita de combinações de scripts e aplicativos, o Flash certamente é a mais conhecida e mais impactante das chamadas RIAs (Rich Internet Applications ou Aplicações Ricas de Internet) – programas que permitem a execução de aplicativos no próprio site sem que o usuário precise baixá-los ou instalá-los em sua máquina. Todavia, não é raro encontrar o Flash sendo utilizado de forma totalmente inadequada, tornando-o uma experiência desagradável aos usuários e distanciando-o de sua função original.


O mau uso mais comum do Flash se dá pelo excesso de animações diferentes em uma mesma página. Há quem acredite que essas animações têm o poder de captar a atenção do usuário mais facilmente, porém, a poluição visual e o excesso de informações gritantes acabam por confundir e irritar o usuário, e o que era tido como um chamariz acaba justamente por afastar o público que se desejava atrair. O excesso de animações em Flash grita no ouvido do usuário em vez de perguntar-lhe o que deseja e gentilmente fornecer apenas as informações solicitadas.


O desenvolvimento de sites totalmente em Flash é uma verdadeira faca de dois gumes. Se por um lado esse tipo de site pode causar um forte impacto no usuário e proporcionar-lhe uma experiência bastante interativa e enriquecedora, por outro lado o seu carregamento é bem mais lento que o de um site desenvolvido em HTML e CSS – o que requer muita paciência e disposição de quem está do outro lado da tela e cria o risco do site perder usuários para outros cujo carregamento seja mais rápido. Outro problema recorrente de sites completamente desenvolvidos em Flash é a sua difícil indexação em buscadores. Como os códigos das animações em Flash são fechados, os robôs de busca não conseguem ler seu conteúdo, fazendo com que esse tipo de site apareça com menor freqüência entre os resultados de buscas para determinadas palavras-chaves ou conteúdos (embora a Adobe, empresa fabricante do produto, pretenda tornar seus códigos abertos nas próximas versões do programa para evitar esse inconveniente).


Assim sendo, qual o momento ideal de utilizar o Flash? Logicamente, a decisão final sobre quando e como fazer uso desse recurso depende do cliente, porém, aqui vão algumas dicas para que o Flash seja um aliado e não um nêmesis no desenvolvimento:


- Evite a quantidade abusiva de animações em uma mesma página. Lembre-se que o ambiente do seu site deve ser agradável e convidativo para que o usuário sinta-se confortável ao navegar em seu conteúdo.


- Ao optar por um site totalmente em Flash, tenha a certeza de que o usuário irá esperar o seu total carregamento e não partirá para a busca do que deseja em sites que carreguem mais rapidamente.


- A atualização de sites em Flash é mais lenta e trabalhosa e normalmente não pode ser efetuada pelo próprio cliente, portanto, evite optar por sites em Flash se ele terá de ser constantemente atualizado.


- Evite optar pelo Flash se seu site tiver um grande volume de conteúdo que possa tornar seu carregamento ainda mais lento.


Lembre-se: apesar de uma ferramenta poderosa, nem sempre o uso do Flash pode ser a melhor solução para seu site. Converse com o desenvolvedor e discuta os prós e contras de desenvolver seu site utilizando essa tecnologia.